Ela quer sair.
– Só por algum tempo, logo já estou de volta.
Quantas vezes ouvimos isso com um filtro ligado?
– Eu vou e talvez não volte.
Quantas vezes uma dúvida vira paranóia?
– Eu vou. Mas não me espere mais.
E, puta que o pariu, quantas vezes a paranóia vira premonição?
(tempos depois) – Olha, isso não era para ter acontecido, mas aconteceu. Não volto mais.
Ela quer ir embora? Ou é só uma volta? Deixo ir, para que, se voltar é para sempre mesmo, e se não voltar, não era para ter sido?
Uma filosofia de boteco serve?
Muitas vezes sim, creio eu. Não sei se desta vez. Afinal, só o tempo vai dizer.
E no final das contas, é o que nos importa. Eu vou deixar ela ir.
E vou esperar ela voltar.