Final Fantasy – Academia Bahamut – Conto

Publicado: 11 de agosto de 2021 em Uncategorized

Capitulo 1: Chegando no batente da morte.

Dentro de uma pequena sala quadrada, a força da nevasca lá fora era barrada por uma grande porta, um sólido bloco de aço e prata. Por décadas ela não fora aberta, mas hoje a resistência dela está sendo testada. A força de cinco criaturas, quatro humanos e um animal, lutam com ela pelo direito de partilhar seus segredos. 

Com o esforço, a porta geme indicando que a força aplicada por seus opositores a venceu, mas não completamente. Ela tranca na metade, mostrando que a idade ainda possui seus trunfos. Os cinco entram rapidamente na sala, empurrando a porta de volta para aplacar o frio da nevasca lá fora. A luz do dia desaparece dos seus olhos, deixando apenas um rastro nos olhos do pequeno animal aos pés de um deles. Eles olham ao redor, absorvendo aquele silêncio, esperando os seus olhos se acostumar à escuridão.

– Akane, luz mágica! – Berrou um deles, olhando para a única menina no grupo.

– Ah, era só o que me faltava, virou meu chefe agora, Kusanagui? – A voz feminina respondeu, cuja dona não devia ter mais de 15 anos. E completou – Você não manda nem nos teus bichos, vai querer mandar em mim?

– Akane, luz, faça o favor? – Outra voz, no escuro, trovejou. O tom cansado e ríspido tirou um suspiro da menina, que ergueu os olhos cor lilás e começou a encantação. 

– Raio de sol claro da manhã, traga-me seu brilho, Luz! – Um globo de energia mágica brilhou na mão da garota, iluminando seus longos cabelos roxos. Ela manejou o globo de luz para que este ficasse brilhando sobre seu chapéu.

– Pronto Joutaro – Ela disse, enrolando as madeixas com o dedo. – Não precisa ficar bravo comigo. – Continuou, com um sorrisinho bobo nos lábios. Mal teve tempo de montar a pose de “menininha carente” quando olhou para os lados e percebeu que o garoto para quem ela se ajeitou nem mais estava na sala.

Na sala quadrada que estava, haviam apenas duas passagens. A primeira era a porta de fora, a única coisa que separavam eles do inverno lá de fora. A outra passagem dava para uma sala maior e lá ela podia ver dois garotos olhando uma mesa de pedra. Se eles estavam entre quatro, isso significava apenas uma coisa… Como se para confirmar sua suspeita, ela ouviu uma respiração ofegante. Ela estava sozinha com o Kusanagui. E pelo cheiro forte de cachorro molhado, ele estava do ladinho dela.

Lentamente ela virou os olhos na direção ele, tomando coragem. O garoto, da mesma idade dela, cabelos verdes e bagunçados enfiados dentro de uma touca, mostrando o quão esquisito ele era. Ele não era feio, mas tinha uma cara estranha. Parecia sempre que estava feliz, com um sorriso de bobo na cara e olhos esbugalhados. Nos pés dele, Quasímodo, o seu Meek, que é uma mistura de cachorro com rato, parecendo um ratão peludo. Este tinha uma mancha clara em um dos olhos e era maior que os da sua espécie. Fora o Kusanagui, ela era uma das únicas na classe deles que tinha um Pet e parecia que ele a tinha tirado como sua “melhor amiga” por causa disso.


Quando o tempo pareceu voltar ao normal ele dá um sorriso idiota (e encabulado) e diz:

– Oi Akaneee! Tuuudo bem?

– EEEEeeeww! Sai de cima, Kusanagui! – Disse ela, dando um salto para o lado. – Ai que nojo. Agora eu vou feder a Meek!

– Ei, o Quasímodo não é fedido! Né garoto!? Bom menino! – Ele diz, passando a mão no Meek aos seus pés.

– Yp! Yp! – Respondeu o Meek, com a língua para fora e com seus grandes olhos negros fitando a bola brilhante acima da cabeça da feiticeira.

Na sala do lado, eles ouvem um dos garotos falar:

– Ô bando de inúteis, vão ficar aí se enroscando ou vão vir pra cá? – A voz atirada, sem nenhum tato era do Saito. Brigão, instigador e sem fundamento nenhum, ele agia como o líder do grupo. Vestia um Gi branco e vermelho, embaixo das roupas de frio, e tinha uma grande manopla dourada na mão esquerda. Junto com Joutaro, eram a linha de defesa do grupo. Joutaro com uma espada grande, ele com o “kung-fu”.

– Já-já-já estamos indo Saito! – Kusanagui respondeu – Vamos, vem Akane.

A menina baixou os olhos e seguiu quieta.

Entraram em uma sala grande, com uma grande mesa de pedra ao centro. O local, completamente destruído, tinha grandes blocos de gelo grudados na parede, neve pelo chão, pedaços que antigamente seriam de cadeiras ou armários estavam congelados e grudados no piso. A mesa, com uma crosta grossa de gelo completava o cenário. Na parede ao norte, tinha a única coisa diferente naquela sala: Um grande escudo redondo adornando a mesma. Nele, símbolos estranhos brilhavam com uma fraca luz azul, indicando a presença de magia. Joutaro estava olhando alguma coisa no canto da sala e Saito estava em cima da mesa, olhando o escudo. Quando Akane chega perto, ele aponta o escudo com o olhos, para ela:

– Consegue ler o que está escrito?

A garota se aproximou do escudo, passando por cima de um caneco quebrado. Ela olhou a primeira runa: Era uma linha dura, horizontal e de sua ponta uma curva dava a volta pela linha. “Ty”, ela disse, lembrando das aulas de Língua Antiga que teve no semestre passado, com o professor Blackrock. 

– Não importa a runa – dizia ele – importa o que ela quer dizer. Onde ela se enquadra.

Ela odiava aquelas runas! Olhou fixamente a primeira, esta  significava “Local”. Mas se ela estivesse ao lado da runa “Vol”, que significava “Tempo”, “Ty” significava “Ruína”. Mas se ao lado de “Vol” estivesse a runa “Char”(morte), “Vol” significaria “Cemitério”, ou no caso “Local que passamos a morte”. Tantas ideias, inflexões de uma língua que apesar de estúpida (na ideia da Akane), era a língua que moldava a magia, portanto que ela precisava aprender.

Ela olhou a runa posterior a “Ty”, era “Ni” – “Ordem, Grupo”, mas a terceira ela não conhecia. Pulou para a quarta “Fal” – Relacionado a milícias e exércitos… O que era a terceira? Ela não tinha certeza do que significava aquela frase. Se a terceira runa fosse “Shi” – “Fortaleza”, era algo previsível, mas não parecia muito com Shi. Parecia “Char”, mas escrita meio ao avesso. Se fosse “Char”, estaríamos com problemas. Passou o dedo nas outras runas, elas eram um nome. Respirou fundo e tentou recordar como se pronunciavam aquelas letras. Arregalou os olhos de sobressalto:

– HYSAN! Acho que está escrito: “Templo de alguma coisa da Ordem Militar de Hysan”. Estamos no local certo, pessoal! – Ela completou, abrindo um sorriso.

– Ótimo! E agora? Como seguimos adiante? – Kusanagui disse, cheirando o ar – Não passa vento nenhum aqui. Caminho sem saída.

– Eu estou vendo aqui, criatura! Mas é meio complicado de ler isso.

Joutaro, que estava em outro universo de pensamentos, volta por um momento à realidade que o cercava e fala – Pessoal, tem um corpo congelado aqui.

O primeiro a chegar é Quasímodo, o Meek fita o bloco de gelo e olha de volta esperando seu mestre. Kusanagui chega logo a seguir, se agachando. – É, durinho durinho. Será que ele foi algum explorador que procurava esse lugar há tempos? Será que tem alguma coisa para nos ajudar, tipo, uma chave em forma de caveira, para abrir uma porta secreta? Será que ele… – Kusanagui para por um segundo, quando ergue os olhos e vê Joutaro. Aquele olhar que dizia “CALA A BOCA” estampada no rosto do garoto fez Kusanagui sentir mais ainda o frio da sala, o que o silenciou.

– Não. Ele não esta carregando nada de útil. – fala por fim Joutaro. – Algumas peças de roupa destruídas, uma sacola em frangalhos e o que tinha nessas garrafas há tempos foi-se. Não tinha nem uma arma, acho que ele fugiu do frio lá de fora.

Frio, o gelo eterno das Montanhas do Osso era o que tinha lá fora. Uma região coberta de neve, assolada pelo gelo eterno do norte do mundo. As Montanhas do Osso eram assim chamadas pelo formato, pareciam as costelas de um gigante que jazia morto há tempos, formando espinhaços cobertos de neve e recheado de precipícios, onde um erro era pago com a morte. Lendas antigas diziam que ali era o local onde um grande demônio chamado “Gilgamesh” tombara após ser derrotado por um grupo de heróis. Seus ossos ficaram no chão e a energia liberada com a morte do demônio cobriu o vale com energia negativa. Assim, o local era frio como a morte.

Após alguns instantes parados, Akane vira na direção dos outros:

– Eu acho que sei abrir a porta, é uma questão de impostar energia. O escudo absorve energia mística, se eu aplicar minha força mágica na quantidade certa, acho que ele abrirá um caminho. – Ela inclinou a cabeça para o lado e encolheu os ombros – Pelo que deu para ler pelo menos. Estas runas são esquisitas, muitas delas eu não tenho ideia do significado. Provavelmente alguém escreveu errado.

– Certo! – Saito falou, sentando na mesa. – Está esperando o que? Um pedido formal em três vias? – Ele sorriu, debochado e ela cerrou os olhos, brava:

– Eu só estou explicando para os idiotas, que nunca iam sair daqui se eu não estivesse lendo estas runas! Seu grosso!

– Tá, tá – ele esbravejou – Desculpa. Vai lá, abre esse troço logo.

– Ela virou-se novamente para o escudo e colocou sua mão direita sobre ele, fechando os olhos em seguida. Segundos se passaram sem que nada ocorresse. Lentamente, um brilho azulado começou a surgir na mão direita dela, durando pouco mais de 5 segundos. Ela tirou a mão, com o rosto visivelmente cansado.

– Feito. – Disse ela, esbaforida.

– Feito o que? Falou Kusanagui, aproximando-se do escudo. – Nada mudou, não abriu porta, nem nada.

Como se em resposta à reclamação do garoto, um brilho azul tomou conta da sala, vindo do escudo. As linhas de escrita das runas brilhavam forte, iluminando toda a sala e um ruído como um “hummmm” tomou conta dos seus ouvidos. A mesa sob o traseiro de Saito começou a tremer e ele rapidamente saltou para fora, um mecanismo sob a mesa começou a fazê-la girar e se erguer, ao mesmo tempo que uma parte do teto se abriu. Em minutos o barulho e o tremor cessaram, deixando uma escada espiral feita de pedra no meio da sala.

– Está aí o teu “nada”, ô filho de um Adamantine. – Disse Saito, sorrindo. Ele chegou embaixo da escada e olhou o caminho. – Joutaro, veja se há armadilhas na escada.

Joutaro olhou para ele, cerrando os olhos – Mas eu não sei procurar armadilhas. Mande o animalzinho.

– Eei! O Quasímodo não sabe procurar armadilhas! – Replicou Kusanagui. 

– Eu estava falando de você, animalzinho. – Treplicou Joutaro.

– Mas eu também não sei procurar armadilhas – Terminou Kusanagui, com cara de triste.

Os quatro riram.

– Está bem, eu vou então. Mas não pensem que vai ficar assim, por nada. – Disse Saito, subindo a escadaria.

Se houvesse alguma armadilha, pensou Saito, ele era o mais treinado entre os quatro para esquivar ou aguentá-la. Joutaro era forte e tinha uma couraça pesada de aço entre ele e qualquer armadilha, mas couraças não aguentam magia forte. Akane pelo outro lado, era só assoprar que ela voaria longe, e Kusanagui… bem, vamos dizer que o rato era mais rápido, forte e esperto que ele.

Ele subiu o primeiro degrau, lentamente. Os ouvidos aguçados, o olho buscando qualquer movimentação na escada, bem como a Maginstra tinha ensinado. Mas era um ofício complicado esse de procurar armadilhas. Nessa hora ele lembrou de Selena. Se ela estivesse aqui, acharia qualquer armadilha rapidamente. Mas isso era assunto deles, envolver Selena mais do que já haviam feito era perigoso.

A escadaria não tinha armadilhas. Quando todos chegaram ao alto, depararam-se com um grande salão congelado. Runas feitas de energia azul brilhavam nas paredes e correntes desta mesma energia corriam pela sala, saindo do chão, da escada, espalhando-se por todo o lugar. Essa energia toda se encontrava em um outro escudo, no centro de uma porta de pedra. Joutaro respirou fazendo barulho.

– Esta muito mais frio aqui.

– Ora, eh claro que está – disse Kusanagui – Estamos dentro de uma montanha de gelo!

Joutaro inspirou com força – Eu quis dizer, que esta frio DEMAIS. Mais que o normal. Os espíritos reclamam do frio.

Kusanagui olhou para ele, pensando. Joutaro conhecia um pouco sobre espíritos, afinal, todo Samurai que se preze conhece o poder deles. Sabe que tudo tem um espírito, desde árvores, pedras e principalmente armas, e se colocam na posição de compreendê-los. Mas Joutaro não é um samurai, nunca foi e nunca pretendeu ser. Para ele, um braço forte e uma espada afiada são o que separa os que vivem e os que morrem. Porém, ele tem um talento natural para sentir espíritos e isso o colocaria como um candidato a se um Samurai, caso quisesse. Kusanagi não entendia por que Joutaro nunca se interessou nem em assistir uma aula sequer de conhecimento de espíritos. 

– Brrrrr – Akane tremeu os ombros – E o que mais eles dizem?

Joutaro fechou os olhos e se concentrou. Seus colegas se olharam e aguardaram. Poucos segundos depois ele abre os olhos e percebe que todos o estão olhando. 


– O que foi?

– Os espíritos, o que mais eles disseram? 

– Sei lá. Está me achando com cara de Samurai? 

PAF!

– Eeeei, tapa na nuca não vale Saito!

– Burro. Se tu estudasse tu ia saber.

– Quem falando em estudar? A Srta Mayumi não te deixa nem entrar na biblioteca!

– Ora, dane-se a Mayumi. Ela não vai com a minha cara.

– Livros não vão com a sua cara.

– … Ahn, meninos? – A voz era da Akane, tentando interromper a discussão, sendo solenemente ignorada.

– Heh, quem falando, pelo menos eu tenho aula sobre Ki. Tu só sabe apanhar e girar essa porcaria gigante aí que tu chama de espada.

– O que tu tá chamando de porcaria? Melhor que a mocinha que não é homem pra saber usar armadura, porque fica “desconfortável”.

– Meninos…? Estão nos cercando… – Ao ouvir isso, os dois param de sobressalto e olham ao redor.

O frio começa a coçar a pele dos quatro, como se dedos gelados os tocassem. Uma névoa gelada começa a cercá-los e de dentro dela saem quatro armaduras gigantes, negras, cobertas por crostas de gelo. Elas portam martelos vermelhos que chispam quando elas os balançam, conforme avançam lentamente em direção a eles

Kusanagui olha para os outros e grita “juntem-se!”. Ele começa a se concentrar, pensando em ponteiros de um relógio. Os ponteiros começam a ficar cada vez mais lentos, até que que eles param completamente no relógio da mente do garoto. Erguendo a mão ele solta a energia mágica, deixando o tempo mais lento para seus inimigos.

– Tempo, descanse e dê sua benção para os valorosos, LENTIDÃO! – Uma aura em forma de um relógio passa pelos quatro e eles percebem que as armaduras parecem estar mais devagar. 

Joutaro ergue a espada e corre na direção de uma das armaduras, que desce o martelo ferozmente na direção do garoto. Com o canto da boca, Joutaro sorri.

-<PLEIN>- O barulho seco ecoa no salão quando as duas armas se chocam com força.

– Acha que é mais forte que eu? – Ele resmunga, empurrando com força a espada para frente. A armadura dá um passo para trás, desequilibrada pelo empurrão. Ele aproveita e sobe na perna da armadura, levantando a espada acima da cabeça.

– Ninguém é mais forte do que eu! – Ele fala, batendo com força no meio da armadura, que cai para trás com um baque surdo, rasgada pelo corte da espada.

Dentro dela, não existia nada.

– São armaduras vazias! – Kusanagui fala, apontando para o nada dentro da armadura.

– Provavelmente Golens – Akane sussurra, enquanto começa a gesticular um feitiço. – Vamos ver se eles aguentam o tranco. Relâmpagos dispersos, juntem-se e ataquem com força! Raiga!!! – ela grita, e como se o universo gritasse de volta, relâmpagos formam-se pela sala e atacam as armaduras, eletrificando o ar com um zunido. As armaduras faíscam com a sobrecarga de eletricidade, balançando com o ataque, mas nenhuma cai.

– Minha vez!- Grita Saito, correndo na direção de uma das armaduras. Saltando alto ele gira o corpo, golpeando a armadura com um chute no meio do peito e a armadura, como já estava desequilibrada com o ataque anterior, cai no chão. Saito aterriza no chão e tenta rolar para o lado para esquivar do ataque de outra armadura, mas sem sucesso. Mesmo lento, o golpe o acerta no flanco, atirando ele para trás.

A última armadura avança sobre Akane e Kusanagui, que conseguem atirarem-se para os lados, fazendo a armadura golpear o chão com um golpe monolítico, que racha o piso. Kusanagui rola para o lado do Quasímodo, que rosnava baixinho. O garoto aponta para a armadura.

– Sua vez, VAI GAROTO! – Ele grita e o Meek não pensa duas vezes iniciando uma carga para cima da armadura. Uma aura de fogo cobre o pequeno roedor, explodindo com fúria e fogo na armadura, que cai fumegando. Quasímodo volta troteando, segurando um dedo de metal na boca.

– Ei, não! Não, Quasímodo, isso é ca-ca-ca! – fala Kusanagui, tirando o dedo de metal do meek, que geme, insatisfeito por ter perdido o brinquedo.

– Kusanagui, pára de fazer idiotices, o Saito precisa de uma cura! – Berra Akane, apontando o monge que rola de mais um ataque da última armadura ainda em pé. A armadura golpeia novamente mas, com um mortal para trás, Saito esquiva deste golpe também.

– Não precisa, esse já está morto! – ele diz, fechando o punho, que começa a estralar com energia do seu Ki. Ele ergue a mão para cima, preparando um ataque contra a armadura, que ergue o martelo. Repentinamente ela para e cai para frente, derrubando a arma no chão. Atrás dela, Joutaro está com sua espada erguida e nas costas da armadura, um rombo de lado a lado

– Sei, sei, você não precisa de ajuda. Daqui a pouco vai dizer que tudo estava indo como planejado. – Joutaro diz.

– Não precisava mesmo. E sim, estava tudo planejado. Mas tu tinha que se meter, estragando meu plano.

– Um obrigado já serve. – Joutaro sorri.

– Eu agradeço não te batendo. – Saito sorri de volta.

– Ai, que lindo o amor entre espécies – Kusanagui grita, aparecendo no meio dos dois. – Aiii não bate na minha cabeça! – ele diz enquanto se retira, depois de receber dois croques dos outros meninos.

As armaduras lentamente vão retornando ao estado de névoa, desaparecendo como se nunca estivessem existido naquela sala. Porém elas ainda deixam uma pista de sua existência e Akane pega o pequeno objeto que ficou para trás.

– Um fragmento de gelo – ela diz, analisando a pequena peça irregular completamente branca. – Vai ser útil quando precisarmos de magia de gelo.

Ela coloca o fragmento na bolsa e olha para os garotos. Os três estão olhando as paredes, as runas, as correntes e o grande escudo na porta… Provavelmente não entendendo droga nenhuma.

– Bem, temos mais uma porta. – Joutaro resmunga, virando-se para a menina. – Akane, usa magia nesse escudo aí também. 

-Ah – ela suspira, sorrindo para ele. Com passinhos rápidos ela cruza o salão e chega até a porta e o escudo. Por alguns instantes ela põe a mão no escudo, concentrando-se. Mas logo desiste, pensativa. Ela torna-se a olhar o garoto, com um sorriso triste.

– Eu queria, Joutaro. Mas eu acho que não vai funcionar. Não é a mesma coisa. Essas correntes, essas runas nas paredes. Tem alguma coisa diferente aqui. Alguma coisa… ruim.

– Bem… – Falou Saito, pendendo a cabeça para o lado – Mais um sinal que realmente estamos no lugar certo.

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